Alta do dólar e do QAV pode inibir
retomada do setor aéreo
Levantamento da ABEAR revela
que a cotação do dólar teve alta de 28,7%, de dezembro de 2019 a maio de
2021 e preço do QAV aumentou 20,9% na mesma comparação
06/07/2021 -
15h39
(Da assessoria da ABEAR)
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Apesar de a oferta de voos domésticos ter apresentado sinais de
reaquecimento em maio e junho, a alta nos preços do QAV (querosene de
aviação) e a escalada da cotação do dólar nos últimos 18 meses podem
inibir uma retomada mais consistente do setor.
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Rodrigo Zanette - 03/03/2019 |
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Demanda por voos domésticos cresceu quase 40% em maio, na comparação com
abril.
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Um levantamento
da ABEAR (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) revela que a
cotação do dólar teve alta de 28,7%, de dezembro de 2019 a maio de 2021.
O preço do QAV, por sua vez, aumentou 20,9% na mesma comparação, segundo
dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo), enquanto o IPCA (Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), principal medidor da inflação
no país, apresentou variação bem inferior no mesmo período, de 7,88%.
A moeda norte-americana indexou no ano passado 53% dos custos do setor,
de acordo com o Panorama 2020 da ABEAR, publicação anual de dados e
análises da aviação que será lançada em breve.
"São números que assustam o setor, tendo em vista que ainda estamos num
processo de recuperação. O combustível costuma representar cerca de um
terço dos custos das empresas aéreas. E o dólar impacta grande parcela
do pagamento do leasing e do seguro de aeronaves e do próprio
combustível", disse o presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz, destacando
que o crescimento do número de imunizados contra Covid-19 é outro fator
fundamental para impulsionar a retomada do setor.
O setor aéreo chegou a experimentar um crescimento gradual da oferta de
voos de maio até janeiro de 2021, quando o número de decolagens
domésticas chegou a 75% do nível pré-pandemia. No entanto, o agravamento
da pandemia freou o reaquecimento e os indicadores voltaram a recuar em
fevereiro, março e abril.
Só em maio a oferta teve uma leve melhora, saltando de 854 voos diários
em abril para 1.026 em maio. Em junho, o número chegou a 1.233
decolagens, ou 51,4% da oferta prevista antes da pandemia.
"Acreditamos que o avanço no número de vacinados está influenciando a
melhora da oferta. O crescimento do número de imunizados é o que ajudará
a impulsionar a retomada do setor", diz Sanovicz.
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