Combustível dos aviões sobe 91,7% e
pode frear retomada
Apesar da alta dos custos, malha aérea segue crescendo e preços de
passagens são inferiores aos níveis pré-pandemia
14/10/2021 -15h47
(Da assessoria da ABEAR)
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A ABEAR (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) faz um alerta para a
escalada do preço do QAV (querosene de aviação), que registrou alta de
91,7% no segundo trimestre deste ano, em relação a igual período do ano
passado, segundo os dados mais recentes da ANAC (Agência Nacional de
Aviação Civil).
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Divulgação - Azul |
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Embraer 195 da Azul é abastecido por um caminhão da BR
Aviation.
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Também preocupam os sucessivos recordes de
cotação do Dolar em relação ao Real neste ano, fatores que podem ameaçar
uma retomada mais consistente da aviação comercial brasileira e vêm
pressionando os preços das passagens aéreas.
Apesar desse cenário desafiador, nos últimos cinco meses houve
crescimento da oferta de voos domésticos e os valores das tarifas aéreas
são inferiores aos níveis pré-pandemia.
O levantamento mais recente da ANAC mostra que a tarifa média aérea
doméstica real do segundo trimestre de 2021 registrou queda de 19,98% em
comparação com o mesmo trimestre de 2019, período prévio aos impactos da
pandemia de Covid-19. O preço médio do bilhete foi de R$ 388,95, ante R$
486,10.
A ABEAR destaca que qualquer comparação de preços de bilhetes tendo como
referência o ano de 2020 leva em consideração os menores valores
históricos por causa do impacto da pandemia. No ano passado, a tarifa
aérea doméstica se situou em R$ 376,29, o menor preço em 20 anos.
Custos estruturais
O QAV é o item de maior ineficiência econômica para as companhias aéreas
brasileiras, aliado à escalada da cotação do Dolar em relação ao Real,
já que 51% dos custos do setor são indexados pela moeda norte-americana.
O mais recente levantamento da ABEAR sobre o QAV revela que, no primeiro
semestre de 2021, o preço médio do combustível na bomba, no Brasil, foi
24,6% superior do que nos Estados Unidos.
Contribuiu para essa distorção o fato de que o Brasil é o único país do
mundo que tem um tributo regional sobre o QAV, o ICMS. As companhias
estrangeiras, por sua vez, não pagam esse imposto para abastecer em
território nacional.
"É por isso que uma viagem internacional muitas vezes é mais barata do
que um voo doméstico, considerando-se distâncias similares. Um dos
pilares da ABEAR é o alinhamento das regras brasileiras às melhores
práticas internacionais, para que haja condições de igualdade na
competição global que ampliem a eficiência das empresas aéreas
brasileiras", afirma o presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz.
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