ABAG repudia o fechamento do aeroporto
Carlos Prates
Aeroporto é a segunda mais
importante infraestrutura aeroportuária para a instrução de voo do país
23/03/2023 -
16h08
(Da assessoria da ABAG)
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A ABAG (Associação Brasileira de Aviação Geral), entidade representativa
da aviação geral brasileira, vê com muita preocupação a presente
situação de desmantelamento da infraestrutura aeronáutica brasileira
voltada à aviação geral leve e à instrução de voo, como esta que está a
ocorrer no aeroporto Carlos Prates, em Belo Horizonte (MG).
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Sérgio Cardoso -
30/03/2010 |
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Terminal
de Passageiros do aeroporto Carlos Prates, em Belo Horizonte (MG).
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"O que precisamos é de mais infraestrutura
aeronáutica, não menos. Se fecharmos os aeroportos voltados à formação
de pilotos, como poderemos manter nosso sistema aéreo funcionando? Não é
possível instalar escolas de aviação em aeroportos como Confins ou
Guarulhos", disse Flávio Pires, diretor geral e CEO da Abag.
Segundo ele, sem pistas de pouso localizadas em áreas centrais das
grandes metrópoles, como é o caso do Carlos Prates, não há como
viabilizar, por exemplo, a remoção aeromédica de pacientes provenientes
de localidades menores. "Sem os aeroportos voltados à aviação geral,
este segmento que hoje representa 95% da frota brasileira de aeronaves
não tem onde operar", afirmou Pires.
O Carlos Prates é a segunda mais importante infraestrutura aeroportuária
para a instrução de voo do país, formando tanto pilotos de avião quanto
de helicóptero; além de ser vital para a aviação geral (tudo o que não é
linha aérea) de Minas Gerais, inclusive para o transporte aeromédico,
gerando centenas de empregos para pilotos, instrutores de voo, mecânicos
e pessoal administrativo de empresas aéreas, hangares e escolas de
aviação.
Apesar de Belo Horizonte contar com a Pampulha, outro aeroporto da
cidade voltado à aviação geral, o segmento da aviação que opera no
Carlos Prates jamais operaria na Pampulha, que é um aeroporto
congestionado e caro, voltado à aviação executiva.
Fundado em 1944, o aeroporto entrou em funcionamento muito antes da
construção de qualquer prédio residencial em seu entorno. A despeito
disso, são os moradores dessa mesma localidade que hoje pedem seu
fechamento, alegando questões de segurança e de necessidade de uso da
área para habitação.
De acordo com a base de dados da autoridade brasileira de investigação e
prevenção de acidentes aéreos, o CENIPA, que disponibiliza dados de 2012
para cá, aparecem três acidentes com aeronaves que impactaram alguma
construção no entorno do Carlos Prates.
"Mas não há registros de uma única vítima fatal de pessoas em solo,
tampouco feridos graves ou leves, isto é: nenhum morador das cercanias
do aeroporto sofreu um arranhão devido a acidentes com aeronaves
pousando ou decolando do Carlos Prates. Possivelmente seja muito mais
perigoso andar a pé, de carro, moto ou bicicleta pelo bairro, seja pelo
risco de um acidente de trânsito, seja devido à criminalidade urbana",
acrescentou Pires.
Quanto à destinação da área do Carlos Prates para projetos
habitacionais, a ABAG questiona se não existe outro espaço onde se
possam construir prédios ou casas em Belo Horizonte que não seja
justamente em um local que desenvolve ininterruptamente, há quase
oitenta anos, uma atividade de grande importância social e econômica
para a cidade.
"Por esse motivo, pedimos às autoridades que revejam essa lamentável
decisão de fechar o aeroporto de Carlos Prates enquanto há tempo. Depois
do fato consumado, não haverá como voltar atrás e serão as gerações
futuras que irão sofrer as consequências", resumiu Pires.
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