Problemas na cadeia de suprimentos
impactam aéreas
Idade média da frota global aumentou e
atingiu o recorde de 14,8 anos
10/12/2024 -
15h12
(Da assessoria da IATA no Brasil)
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A IATA (Associação do Transporte Aéreo Internacional) prevê que os
graves problemas na cadeia de suprimentos devem continuar atingindo o
desempenho das empresas aéreas em 2025, aumentando os custos e limitando
o crescimento.
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Rodrigo Zanette - 02/11/2024 |
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Aeronaves estacionadas no Aeroporto de Cumbica, em
Guarulhos (SP).
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A IATA dimensionou os desafios enfrentados
pelas empresas aéreas devido a problemas na cadeia de suprimentos em sua
análise mais recente do setor aéreo:
A idade média da frota global aumentou e atingiu o recorde de 14,8 anos,
um aumento significativo da média de 13,6 anos do período de 1990-2024.
As entregas de aeronaves caíram drasticamente em relação ao pico de
1.813 aeronaves em 2018. A estimativa de entregas em 2024 é de 1.254
aeronaves, que representa queda de 30% em relação ao que foi previsto
para o ano. Em 2025, as entregas devem aumentar para 1.802, bem abaixo
da expectativa anterior de 2.293 entregas, com possibilidade de reajuste
desse número para baixo em 2025.
O backlog (número cumulativo de pedidos não atendidos) de novas
aeronaves atingiu o recorde de 17 mil aviões. Nas taxas de entrega
atuais, isso levaria 14 anos para ser cumprido, o dobro da média de
backlog de seis anos do período de 2013-2019. No entanto, o tempo de
espera deve diminuir com o aumento das taxas de entrega.
A taxa de aeronaves fora de operação é de 14% (cerca de 5 mil aeronaves)
da frota total (35.166 aeronaves em dezembro de 2024, incluindo aquelas
construídas na Rússia). Embora tenha melhorado recentemente, essa taxa
permanece 4 pontos percentuais acima dos níveis pré-pandemia
(equivalente a cerca de 1.600 aeronaves). Destas aeronaves, 700 (2% da
frota global) estão fora de operação para inspeções de motores. Essa
situação deve continuar em 2025.
"Os problemas na cadeia de suprimentos estão frustrando todas as
empresas aéreas com um golpe triplo em receitas, custos e desempenho
ambiental. As taxas de ocupação estão em níveis recordes e não há dúvida
de que se tivéssemos mais aeronaves, elas poderiam ser utilizadas de
forma lucrativa, então nossas receitas estão sendo comprometidas.
Enquanto isso, a frota envelhecida que as empresas aéreas estão usando
tem custos de manutenção maiores, queima mais combustível e exige mais
capital para mantê-la em operação. Além disso, as taxas de arrendamento
aumentaram mais do que as taxas de juros, pois a competição entre as
empresas aéreas intensificou a busca por todas as formas possíveis de
expandir a capacidade. Este é um momento em que as empresas aéreas
precisam ajustar seus balanços pós-pandemia, mas o progresso é
efetivamente limitado por problemas na cadeia de suprimentos que os
fabricantes precisam resolver", disse Willie Walsh, diretor geral da
IATA.
Especificamente, a IATA destacou que os problemas persistentes na cadeia
de suprimentos são pelo menos parcialmente responsáveis por dois
desenvolvimentos negativos:
A eficiência de combustível (excluindo o impacto das taxas de ocupação)
permaneceu inalterada entre 2023 e 2024 em 0,23 litros/100 toneladas de
carga disponível por quilômetro (ATK). Este é um retrocesso em relação à
tendência de longo prazo (1990-2019) das melhorias anuais na eficiência
de combustível na faixa de 1,5-2,0%.
A demanda excepcional por aeronaves arrendadas elevou as taxas de
arrendamento de aeronaves de fuselagem estreita a níveis 20-30% maiores
do que em 2019.
"Todo o setor da aviação está unido em seu compromisso de atingir zero
emissão líquida de carbono até 2050. Mas quando falamos dos caminhos
para realmente atingir esse marco, as empresas aéreas são as que
carregam o maior peso. Os problemas da cadeia de suprimentos são um
exemplo. Os fabricantes estão decepcionando seus clientes, as empresas
aéreas, e isso está causando um impacto direto na desaceleração do
trabalho das empresas aéreas para limitar suas emissões de carbono. Se
os fabricantes de aeronaves e motores pudessem resolver seus problemas e
cumprir suas promessas, teríamos uma frota com mais eficiência de
combustível em operação", finalizou Walsh.
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